sexta-feira, 26 de outubro de 2012

o cancro das redes sociais - ou "a arte da zoeira"

O "orkutizar" está amplamente difundido pela rede mundial de computadores, nossa querida internet. O termo - referente, obviamente, ao finado (ou quase) orkut - diz respeito aos usuários que comportam-se como "posers" (outro termo recente, aliás) de certos modos ou coisas que estão em tendência, ou ainda a alguns comportamentos infantis. Entender a "orkutização" da grande rede não é algo assim tão trivial; na verdade, é um processo que vem se arrastando há um tempo muito, muito longo.

Voltemos alguns anos na história. Em meados de 1991, o programador inglês Tim Berners-Lee criou o primeiro site da história, o info.cern.ch. A World Wide Web como a conhecemos atualmente, projetada sobre a ideia dos protocolos de transferência de hipertexto (HTTP) e de controle de transmissão (TCP), assim como o Sistema de Nome de Domínios (DNS), foi inspirada pela ARPANet, criada no fim da década de 1960 para fins militares.

Desde que foi criada, a internet tem sofrido uma expansão espantadora. No Brasil, tal expansão começou com o barateamento dos modens, ainda na metade da década de 1990. No final da década, navegadores como Opera, Netscape Navigator e Internet Explorer já haviam se tornado populares, e a rede já contava com diversos domínios de sites.

A febre chamada internet alcançou níveis extraordinários quando as chamadas redes sociais chegaram à web. A pioneira foi criada em janeiro de 2004 por um estudante da Stanford University, um turco chamado Orkut Büyükkökten, que batizou a rede com seu próprio nome. Com usuários que se polarizaram principalmente no Brasil e na Índia, o orkut em seu ápice chegou a ser o segundo site mais acessado na web brasileira, perdendo apenas para o buscador Google, e estando sempre entre os 50 sites mais acessados no mundo, segundo o Alexa (serviço da Amazon que mede quantos usuários visitam um site da web). Outras redes sociais viraram rapidamente verdadeiros sucessos pela rede mundial de computadores - destaco aqui o Twitter, criado em 2007, e o Facebook, criado em 2004, assim como o orkut.

A juventude, que se via desinteressada do acesso à web, exceto por sites de pesquisas escolares (onde a Wikipedia reinava soberana - e provavelmente ainda reina), logo viu-se imersa no mundo digital através da necessidade de interação com outras pessoas de todo o mundo. O compartilhamento de informações e de arquivos tomou dimensões nunca antes imaginadas na história da humanidade. Pela primeira vez na história, o mundo estava distante entre si apenas por um clique. Pessoas distantes por milhares de quilômetros e que desperdiçavam dias, meses, anos se comunicando através de cartas poderiam, finalmente, conversar em tempo real, inclusive fazendo streaming de áudio e vídeo.

O sonho de troca de informações de forma ilimitada havia se tornado realidade. Isso teve consequências, obviamente, excelentes - e, tão obviamente quanto, desastrosas. Se, por um lado, pessoas que rotineiramente nunca teriam a chance de se conhecer podem se falar diariamente, por outro lado a troca intensa de conteúdo fútil cresceu a níveis estratosféricos. Nessa segunda década do século XXI, pode-se dizer que é muito mais difícil encontrar conteúdo de qualidade ou com embasamento filosófico-científico do que bobagens cotidianas, que antes eram reduzidas aos grupos de fofocas.

Os grupos de fofocas, agora, ganharam uma nova versão. E um novo nome: panelinhas. Grupos de usuários que se unem para ridicularizar uns aos outros; por vezes até ocorre de ser uma brincadeira sadia, mas o mais comum é que não o seja. Afinal, a "zoeira" (palavra antiga, mas que voltou com força total - e novos sinônimos) não pode parar. Prega-se que a "zoeira" não tem limites, mas a verdade é que toda panelinha já se ofendeu com panelinhas adversárias - perceba o leitor a unilateralidade e, acima de tudo, a infantilidade da coisa.

Se me permitem conjecturar, a principal causa da "orkutização" nos meios dos cabeamentos de fibra ótica da rede respeita à terceira lei de Newton, a famosa "ação-e-reação": o follow e o followback. O "follow" é o ato de seguir alguém em uma dada rede social; o "followback", o ato de seguir de volta, quase sempre é uma "retribuição" ao follow. É através dos laços de amizade nas redes que se criam as panelinhas; inimizades surgem entre um membro e outro da mesma rodinha e PAFT!, a panela racha e vira duas. Repita o mesmo procedimento várias e várias vezes e tem-se o "mimimi" que tornaram-se os meios de comunicação via internet atuais.

Qual o futuro das redes sociais? Ninguém sabe. Mas, pelo bem da humanidade, que seja ele bem diferente do presente.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

postagens das novelas nas redes sociais? nunca mais!


Se você tá de saco cheio de seus amigos que postam conteúdos em suas redes sociais relacionados a assuntos fúteis (o final da novela Avenida Brasil hoje, por exemplo), esse post aqui pode servir para você. Abaixo, seguem dicas de como filtrar assuntos para o Twitter e para o Facebook e impedir certo tipo de postagens inúteis.

Twitter (via TweetDeck)

O TweetDeck é uma suite para uso do Twitter que é famosa pela divisão em colunas para a timeline (lugar onde aparecem todos os tweets - mensagens - postadas pelos usuários que você segue - os folowings), as mentions (mensagens postadas e direcionadas a você, direta ou indiretamente), as direct messages, ou DMs (mensagens postadas a você de modo privativo), e assim sucessivamente. O TweetDeck ainda é útil para quem tem mais de uma conta no Twitter: é possível postar vários tweets semelhantes e simultaneamente em cada uma dessas contas, bem como alternar de modo rápido e fácil entre elas.

Mas uma funcionalidade que pouca gente conhece são os filtros globais. Através deles, palavras-chave selecionadas podem ser omitidas de suas colunas - os tweets não "somem", simplesmente, mas o TweetDeck os omite. Para acessar os filtros globais, vá em Seetings > Global Filtres, e adicione ao campo "Using" as palavras que você deseja omitir da TL. Essas palavras aparecerão na forma de uma lista, logo abaixo.


Facebook (via web)

No Facebook, bem como nas redes sociais que se acessam diretamente a partir dos navegadores web, não há uma funcionalidade parecida com o Global Filter do TweetDeck - há a opção de se adicionar o próprio Facebook ao TweetDeck, mas a opção de colunas, neste caso, acaba fazendo com que a rede perca muito de sua funcionalidade, diferentemente do Twitter.

Para tanto, há a opção de adicionar uma extensão ao navegador que funciona mais ou menos da mesma maneira. Uma delas é o F. B. (Fluff Busting) Purity. Para instalá-la, clique no link abaixo e, na sequência, clique no navegador que você usa (disponível para Firefox, Chrome, Safari e Opera):


(No caso do Chrome, o método de instalação é um pouco diferente. Clicando no botão verde, ao lado do ícone do navegador, escrito "Install F.B. Purity - Extension", um arquivo de extensão .crx será baixado para o computador, e ele aparecerá na barra de downloads. No menu do Chrome - três barrinhas horizontais que ficam no canto superior direito -, vá em Ferramentas > Extensões, e uma nova janela será aberta. Depois, é só arrastar o arquivo .crx para a janela aberta e pronto, a extensão será instalada. No caso dos outros navegadores, a extensão é feita de modo automático.)

Após um tempo de espera (que não passa dos cinco minutos), aparecerá um menu do F.B. Purity logo abaixo da caixa de edição de texto, como na imagem abaixo. (Atualize a página inicial do seu Facebook de tempos em tempos, para que o F.B. Purity possa aparecer como mostrado abaixo.) Clique no link "F.B. Purity" para ter acesso ao menu do programa.



No menu principal do programa, na parte esquerda, há uma série de opções que podem ser bloqueadas na linha do tempo do Facebook, como alterações de status de relacionamento alheios, pedidos de likes em páginas do Facebook, ou adições a grupos e a eventos. O que nos interessa aqui é a caixa de texto gigante, no lado direito, intitulada "Custom Text Filter". Nela, bem como no TweetDeck, podem ser adicionadas palavras-chave que serão omitidas da timeline, separadas por quebras de linha.


AdBlock

Extensão bastante conhecida por bloquear adwares e spams facilmente encontrados pela web, o AdBlock, extensão para Chrome (baixe aqui) e Firefox (baixe aqui), também pode ser utilizado nesse intuito. No ícone da extensão (vermelha e com uma mão branca), acesse o menu Options. Na janela que se abre, vá para a aba "Customize" e clique no botão "Edit" para habilitar a caixa de texto que permite o bloqueio das palavras-chave, em processo semelhante ao do TweetDeck e ao do F.B. Purity. Analogamente a este último, as palavras devem ser separadas por quebras de linha. Com o processo terminado, é só clicar em "Save". O AdBlock vale pra todos os sites da web.


Em todos os casos, as palavras-chave podem ser alteradas quando bem entender - para os que não gostam de eventos sazonais, como fins de novelas, futebol ou reality shows, são todos excelentes opções. O lado negativo é que elas não funcionam em dispositivos móveis, apenas em navegadores instalados em computadores. Em casos extremos, estar offline talvez seja a melhor opção.